Eles somos nós

Guerra, fome, crimes, miséria, desmatamentos, caças desenfreadas, calamidades… Essa é a realidade atual?

O panorama mundial é um reflexo da nossa tela mental coletiva e individual.

Parece que estamos vivendo uma insanidade comum: Consideramo-nos seres separados uns dos outros? Acreditamos que somos apenas corpos, “egos encapsulados”? Às vezes agimos às cegas com nossas consciências limitadas, distorcidas destruindo uns aos outros e a nós mesmos num jogo frenético de ganância, inveja, medo? … ILUSÃO!!!

Vivemos uma ilusão e por vezes fica difícil reconhecer porque quase todas as pessoas parecem participar do mesmo transe.

Somos um sistema em funcionamento e parte integrante de um sistema maior. Por exemplo, o funcionamento dos órgãos de um corpo humano como o processo respiratório, o funcionamento do coração e outros movimentos que contribuem para a manutenção da vida há um ritmo definido e muito semelhante que tem relação harmônica com ritmos da energia cósmica. Todas as coisas se movem ritmicamente, e o ritmo natural de cada coisa está em sintonia harmoniosa com o ritmo cósmico. Quando o ritmo de alguma coisa entra em desarmonia com o ritmo cósmico, caminha para a destruição. Somente vivendo em harmonia com o Cosmos, é que poderemos viver numa aura de prosperidade, paz e felicidade.

O que podemos fazer então para melhorar essa condição mundial?

Podemos começar entendendo que o cerne deste problema é cada um de nós, nossas condutas, nossos pensamentos. Então para mudar o mundo fica fácil, depende apenas de cada um de nós.

É mudando o homem que mudará o panorama mundial.

O homem é essencialmente o criador do seu ambiente e das circunstâncias e não apenas produto deste meio como muitos de nós podemos pensar.

Atualmente o ser humano está tão perdido que não consegue se concentrar num só pensamento parece que vive ao léu, não sabendo o que quer e para onde quer ir, se deixando, portanto ser conduzido pela mente coletiva que às vezes pode estar em harmonia e às vezes em desarmonia com o universo interno e externo. Fraqueza, angústia ansiedade, amargor são criados pela distância entre o que supomos que somos e o que realmente é o nosso Ser. É uma cegueira causada pela ilusão do nosso ego (egoísmo). Por não compreender a Justiça acabamos por enxergar apenas a injustiça que, aliás, é apenas aparente, pois existe somente no mundo das ilusões.

Há pessoas que em certas épocas da vida se tornam senhores e donos do seu destino, e em outras se tornam vítimas da sorte. As vidas de tais pessoas vêm provar que o homem pode ser senhor ou escravo segundo a escolha que fizer. Baseado na premissa de que o meio é fruto do homem e não o homem é fruto do meio.

Quem acreditar que o homem é fruto do meio tem a escolha de se libertar dessa crença limitadora. Tendo o livre arbítrio para escolher a cada ato e pensamento entre um impulso e outro o homem precisa decidir e assumir a responsabilidade de suas escolhas.

Dentro de uma visão holística tudo é sagrado e coexiste numa interdependência harmoniosa na grande teia da vida. Compartilhamos de um Eu comum, um destino comum, sendo parte de um organismo único onde tudo está interligado.

Esta visão nos leva a um grande respeito pelo Universo, e vivenciando essa sensação no dia a dia podemos mudar nossa percepção de nós mesmos e de todos os seres vivos da terra.

Está havendo um lento evoluir na conscientização da unidade do todo.

Essa mudança pode gerar efeitos notáveis, nos incentivar a ver e tratar as pessoas, os animais o planeta como nosso sagrado Eu Vivo.

“O problema básico é como superar a separatividade, como alcançar a união, como transcender a própria vida de indivíduo e chegar à vivência do Uno com o Tudo”

Eric Fromm

“Nos momentos em que a consciência se organiza bem com os sentimentos, sentidos, movimento e pensamento… o homem pode fazer descobertas, inventar, criar, inovar e “saber”; ele compreende que seu pequeno mundo e o grande mundo ao redor são apenas um, e que nesta unidade, ele não está mais sozinho”

Feldenkrais

“Seja universal, goste igualmente de todas as coisas. Jamais desprezes a diversidade infinita das coisas e das suas formas”

Leonardo da Vince

Uma grande maioria de sábios, filósofos, teólogos, cientistas, etc., compartilham de uma visão filosófica comum a qual foi denominada Filosofia Perene.

Conforme essa visão, o Universo interligado, vivo e sagrado, também é disposto em múltiplas camadas, física mental e espiritual, do denso ao sutil, do inconsciente ao consciente. A nossa verdadeira natureza é espírito ou consciência, no entanto vivemos num sonho coletivo dentro do maior dos cultos: a cultura.

Existem uns poucos indivíduos que despertaram desse sonho coletivo, reconheceram sua autêntica natureza e voltaram depois para apontar o caminho, aqueles heróis espirituais que escaparam da caverna – Platão – e a ela retornaram.

As teorias da relatividade e do quantum afirmam que todas as partes do Universo fundem-se e unem tudo num único corpo total.

Albert Einstein salientou:

“O ser humano é parte do todo que chamamos universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele vivencia a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos como algo separado do resto numa espécie de ilusão óptica de sua consciência. Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós, ao restringir nossos desejos pessoais e nossos afetos a umas poucas pessoas mais próximas de nós. Nossa tarefa deve ser libertar-nos dessa prisão, ampliando nosso círculo de compaixão para acolhermos todas as criaturas vivas e toda a natureza em sua beleza”.

A mente gera todo o sofrimento que existe por aí e pode gerar, portanto a paz e a felicidade.

O pensamento tem energia própria e gera imagem. Existe uma vastidão de possíveis estados de informação e energia. O pensamento é destes estados, é um impulso de informação e energia e é a matéria prima do universo.

Toda a natureza fala a mesma língua, somos todos corpos pensantes num universo (corpo) pensante. Os pensamentos projetam-se no espaço tempo, nossas experiências aparentemente são coisas que acontecem, mas somos nós que fazemos acontecer. Somos responsáveis pelo que pensamos e conseqüentemente pelo que criamos. De nossos pensamentos vem as nossas ações que vão permear nossas relações com nós mesmos e com os outros.

Reconhecendo nossa responsabilidade cabe a cada um de nós zelarmos pelo que acreditamos e amamos.

Podemos rever nossos pensamentos, relações, ações, nossas vidas. Com livre arbítrio, podemos nessa corrida entre o “bem e o mal”, escolher não apenas preservar a vida, mas honrá-la despertando para uma consciência maior, além do bem e do mal.

A essência divina permeia o universo e todos os seres. O mar, a terra, o sol, o ar que respiramos são parte do nosso corpo e estamos em contato com todas as criaturas.

Se não somos nem estamos separados de nada nem de ninguém, que tal nos pré dispormos ao mandamento: ”Ame ao próximo como a ti mesmo”. Afinal eles somos nós.

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