O Tesouro

Viviam numa grande floresta encantada a Salamandra, a Ondina, o Gnomo e a Fada. De um objetivo todos partilhavam, encontrar um tesouro, mas eles não se davam.

O tesouro a ser encontrado traria ao seu descobridor felicidade, riqueza, sabedoria e amor. Tudo num baú bem fechado e guardado em algum lugar deste mundo encantado.

Como eles não se davam era cada um por si, cada um, cada qual. Iniciava-se a busca de forma individual e aí residia todo mal

A Salamandra choramingava: – Estou tão sozinha, tão cansada preciso ser ajudada. Mas, minha missão a alguém confiada? Ah! Não posso, já que sou eu a mais elevada. A melhor sei que sou, o melhor sei que faço A vida deveria dar a mim um grande e caloroso abraço, mas ela me trata com punhos de aço e olha que eu não mereço, que cansaço.

A Fada vivia falando: Este tesouro será meu,/ o que é que vocês estão olhando? Vou conquistá-lo do meu modo, nem me importa o que vocês estão pensando. Resolvo melhor as coisa sozinha, do que com a ajuda deste bando. Cada ser com quem me relaciono eu me decepciono, eu sempre me decepciono. Teria sobrado alguém que possa se juntar a mim? Já tentei tanto, é uma história sem fim.

O Gnomo dizia:

Tesouro, tesourinho lindo, espere que eu já estou indo. Vocês sabe que neste mundo vivo agindo, tenho que cuidar de tudo e tudo está sempre ruindo. De tudo vi, de tudo sei, por isso minha palavra é lei. Comando, fiscalizo, oriento, até a ordem me aliei. (para o fundo) Quem quiser vir, que venha, só não se esqueçam quem é o rei

A Salamandra ardia em pensamento, sem parar: De posse deste tesouro as pessoas vão me amar, por isso tenho que conquistá-lo, custe o que custar. Minha vida não terá sentido se este tesouro eu não achar. Alias…, qual é o sentido da vida sem admiração?… Ah! eu faço qualquer coisa para tê-la aqui, na minha mão. Engano, manipulo é a maior enrolação. Depois fico amiguinha, não tem erro não.

Certa manhã, depois que a chuva caiu, o sol começou a brilhar fazendo da floresta um lindo e grande pomar, mas uma macieira insistia em aparecer. O seres nem perceberam, seus frutos foram comer.

Depois que os frutos comeram, estranhamente se olharam, algo mágico aconteceu: Suas virtudes enxergaram e o individualismo morreu. Percebeu-se na floresta um estado de contemplação, pois cada um estava ouvindo a voz do próprio coração. E cada coração dizia: – Uni-vos para conseguir um bem maior, somando vossos recursos, viverão bem e melhor.

E unidos eles seguiram em busca do tesouro. A Salamandra com visão e intuição, que valem ouro; O Gnomo doava sabedoria e desprendimento; E a Ondina distribuía amor, gratidão e reconhecimento; A Fada também participava dessa poderosa aliança, com sua credibilidade e poder de liderança. Em frente eles iam com olhos de esperança; sorrisos de amor, afeto e confiança

No alto de uma montanha que os quatro haviam escalado encontraram o que procuravam a missão havia terminado

Mas, ao abrir o tal baú caíram de joelhos Não acreditavam no que viam No baú só tinha espelhos

– Espelhos, espelhos, espelhos, diziam desolados e de uma só vez. mas o amor falou mais alto mais uma vez: – O grande tesouro são vocês.

Texto: Eliana Rita Guimarães Adaptação: Rose Santana

Tags: No tags

Add a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *