Ser ou não Ser

Ser ou não ser… Eis a questão O que você sentiria se ouvisse de alguém importante para você as seguintes frases:

– Você é muito intransigente, nunca me ouve.

– Você é agressivo está sempre me agredindo.

– Você nunca se decide, você é um eterno indefinido.

– Deixa de ser burro e presta atenção ao que estou falando.

É bem possível que você se sinta mal por ter a sensação de que você é algo ruim e a impressão de que não pode fazer nada a respeito porque se você É, não tem possibilidade de mudança.

Por que isso acontece?

Palavras como sempre, nunca, eterno expressam a idéia de permanência. O verbo ser traz em si a idéia de personalidade permanente. Podendo despertar assim a sensação de: não dá para mudar, é assim, sempre foi e sempre será.

Perceba como soam diferentes as frases anteriores colocadas em outras palavras:

– Senti-me agredida com este seu comportamento, sei que a sua intenção não foi essa. Então o que acha de recomeçarmos nossa conversa tendo como pano de fundo o quanto nosso relacionamento é importante para nós?

– Entendo que você tenha motivos para querer manter sua opinião neste assunto, mas gostaria que meu ponto de vista também fizesse parte desta decisão.

– Este momento de indefinição é importante para uma decisão mais acertada. Que tal conversarmos a respeito, talvez eu possa ajudar?

– Respeito como você está pensando, mas minha idéia é diferente e quero compartilhar com você.

Fica bem mais agradável de se ouvir, não é?

Portanto, se quisermos melhorar nossos relacionamentos mesmo quando nos incomodamos com a atitude de uma pessoa, podemos motivá-la a uma conversa amena usando as frases do segundo bloco.

Em situações desse tipo, transformar a linguagem permanente em temporária e falar no nível de comportamento (estar) ao invés de falar no nível de identidade (ser) pode tornar a conversa mais harmoniosa e abrir uma porta para mudança.

Muitas vezes nos criticamos e nos acusamos usando palavras extremamente desagradáveis em diálogos internos como, por exemplo:

– Eu sou mesmo uma idiota, sempre faço a mesma besteira.

– Errei novamente, como sou burra!

– Sou muito preguiçosa, nunca tenho vontade de fazer nada.

Tratando-nos assim não temos outra escolha senão nos sentirmos muito mal e nos culparmos por quem somos. E se somos culpados que tal nos punirmos? Ruim não é mesmo?

Se usarmos esse tipo de frase nos dirigindo a outra pessoa, seria bem provável conseguirmos uma briga. Pois é exatamente o que conseguimos internamente, começar uma briga, entrar em desarmonia com nós mesmos. E agindo assim constantemente podemos conseguir facilmente baixar nossa auto-estima e quem sabe de brinde “ganhar” uma depressão.

Tenho certeza que não queremos esse resultado nas nossas vidas, sendo assim que tal agir de uma forma mais respeitosa em relação a nós mesmos.

Podemos utilizar as mesmas dicas, dadas anteriormente, para melhorarmos a relação com nós mesmos e nos premiar com a percepção de que é possível mudar. Nós não somos o comportamento indesejado, e sim nos comportamos em determinado momento ou em relação a algo de uma forma que não nos trouxe bons resultados. Transformando assim nosso diálogo interno estaremos nos motivando a agir de formas diferentes aumentando assim a possibilidade de atingirmos os resultados que queremos.

Que tal:

– Sei que fiz o meu melhor neste momento, mas não estou obtendo o resultado que quero, estarei mais atenta para fazer diferente da próxima vez, afinal sou merecedora de melhores resultados.

– Não estou com vontade de fazer esta tarefa, no entanto como desejo o resultado sou capaz de me motivar para realizá-la.

Ufa!!! Bem melhor assim. Não é mesmo?

Tente, faça um teste e perceba as diferenças.

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